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A RELAÇÃO ENTRE PAIS E FILHOS...

A brincadeira é tão ou mais importante que o brinquedo - e a interação com a família e com outras crianças, imprescindível para meninos e meninas de todas as idades. O conselho é da professora da Faculdade de Educação da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), Maria Ângela Barbato Carneiro. Ela explica que atualmente os pais, sem tempo, tendem a substituir a brincadeira pela compra de um brinquedo. "Isso não resolve. O que desenvolve a criança é a interação. Os pais precisam aprender a brincar", diz.

Pesquisa divulgada em 2007 pela Ipsos Public Affairs, encomendada pela Unilever, mostra que apenas 53% dos pais brincam com os filhos diariamente e 14% percebem o brincar como um importante aliado no desenvolvimento infantil. "Hoje, os pais brincam menos com as crianças", diz Maria Ângela. "É preciso mostrar o como as brincadeiras têm o poder de conectar a família", ressalta o pediatra Moisés Chencinski, autor do livro "Gerar e Nascer - um canto de amor e aconchego".

Os especialistas lembram que brincadeiras como esconde-esconde, pega-pega, cantar músicas infantis, contar histórias, entreter a criança com um teatro de fantoches ou marionetes têm um grande valor no desenvolvimento das habilidades psicomotoras da criança e estimulam sua ligação com a família.

Por vivermos em uma sociedade de consumo, existe ainda outro aspecto a observar em relação aos brinquedos: sua quantidade. "Algumas crianças pedem muitos produtos porque se tornaram colecionadoras de brinquedos, não para brincar com eles", diz Maria Ângela. O importante para a criança neste caso é mostrar as outras o que se tem e não de fato brincar. A educadora ressalta que essa competição entre as crianças, embora comum, não deve ser estimulada. "O melhor caminho para contornar a situação é explicar que não se pode comprar tudo". Ainda segundo a educadora, uma boa solução é atrair a criança para a brincadeira sem brinquedo "É preciso conter o consumismo das crianças para não criar hábitos desnecessários e pouco saudáveis", finaliza.

 
Informativo "O Segurado" - Outubro de 2009